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Você é um viajante ou um turista?



Há quem ache que esses termos são sinônimos, mas na verdade existe uma grande diferença, quase existencial entre um e outro: o viajante é tão conhecido quanto conhecedor da paisagem que viajou para ver; o turista, assim como poeta, somente finge que vê, e pode até nem ver o que viajou tão longe para dizer que viu.


Lembro-me de um ensaio de um cronicista, não me lembro qual, onde ele fala sobre turistas visitando o Louvre, grandioso palacete das artes da humanidade. A reverência que aplicam a essa solene visita é, no entanto, somente por conta de uma obra (das centenas) que ali habita: a Monalisa.


Um viajante pode ir até a cidade ao lado, mas ao se dedicar a conhecer a história e a identidade daquela cidade, conhecer as pessoas e as culturas dali nativas, é por esse momento de reconhecimento transformado. Viajar faz de todos nós crianças, curiosas e conhecedoras, vasta em possibilidade e sonho.


Quem turista, no entanto, só o faz pela metade. Só vê pela tela do celular os pontos turísticos marcados no mapa, não sai do plano, não vê razão para espontaneidade. Viajou tão longe: tem que mostrar para quê veio. E mais especificamente, tem que mostrar nas redes sociais, para as pessoas que vê no dia a dia, para que possam se ver novamente, no fim de semana.

Não se pode negar que quem viaja, propriamente, também fotografa (e deve!), mas a razão do fotografar é outra. É um ato de guardar memórias, enquanto quem turista não as tem. Tem muitas fotos, com várias poses em diversos locais, mas memórias? Já foram.


Acredito que o verdadeiro objetivo seja sempre viajar, mesmo que seja ao bairro ao lado. Imergir-se na cultura local, nas relações únicas que só a comunidade pode oferecer. Crescer sempre, ver tudo o que puder.



Estar presente na vida de fato (e não nas redes sociais.)

 
 
 

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